O cangaceiro

Lampião era cabra macho. Se ele apontava com seu bando na estrada, todas as portas das casas da cidade se fechavam com a rapidez de um raio. Homens tremiam. Mulheres choravam. As crianças se escondiam onde desse. Lampião gostava de ser temido e ria-se todo diante de tanto medo! Vivia sem destino pelo agreste do sertão, onde foi criando suas próprias leis. Mas o homem que não pestanejava em apontar a peixeira diante de uma ameaça, também escrevia música e mais parecia um menino quando começava a cantar: "Oiê mulher rendeira. Oiê, mulher rendá. Tu me ensina a fazer renda, que eu te ensino a namorar..."